O fim do passarinho azul

De todas as redes sociais que já utilizei, o Twitter sempre foi a que eu mais gostei. O micro blog, lançado em 2006, foi criado para que seus usuários compartilhassem suas histórias em pequenos textos, com apenas 140 caracteres. Com o passar dos anos, o passarinho azul ganhou corpo, passando a permitir mensagens com limite de 280 caracteres. Também recebeu mais funções, como espaço para fotos, transmissão de vídeos ao vivo e envio de áudios.

Como jornalista, recorria frequentemente ao Twitter para me informar, rapidamente, sobre o que estava acontecendo no mundo. A ferramenta, muito utilizada por colegas de profissão, possibilitava o acesso a uma gama de informações condensadas, de forma rápida. E, a partir de uma seleção online, avançar para uma leitura ampliada em sites, assistir vídeos etc. Sem falar nos Trending Topics, um espaço para descobrir quais são os temas mais comentados do dia. A área se tornou tão importante que passou a ser usada como um termômetro político/institucional.

Durante a minha Graduação em Jornalismo, em 2011, fiz uma pesquisa com o intuito de analisar como a credibilidade jornalística é afetada no ambiente web e como se relaciona com a checagem de informações em relação com o tempo. Em especial, como a velocidade exigida para as notícias afetam a checagem e o processo de apuração jornalística, fazendo com que, muitas vezes, o que é publicado não seja “verdadeiro”.

Utilizei uma seleção de tweets publicados durante a Copa do Mundo de 2010, ocasião em que os internautas brasileiros deram vida mundial ao CALABOCAGALVAO. Na época, analisei como a expressão teve seu sentido alterado, tornando-se um movimento para “salvar o pássaro Galvão”.

Em 2022, o Twitter foi adquirido pelo bilionário Elon Musk, que resolveu mudar tudo: criou o serviço por assinatura Twitter Blue, que incluiu, entre outros benefícios, a polêmica capacidade de adicionar um selo de verificação a todos os pagantes. Além de mudanças polêmicas na plataforma, Musk mudou o nome jurídico de Twitter Inc para X Corp. O novo logo da plataforma de rede social (um X branco sobre um fundo preto) foi lançado na última segunda-feira, 24.

Essa morte anunciada decretou o fim do Twitter como conhecíamos. Vamos precisar deixar para lá expressões que nos acostumamos a usar: tweet, tuitar, tuíder, dentre outras. Não sei como vai ser o X após as mudanças. Mas, vai ser um duelo e tanto com a Meta, após a recém-lançada Threads, uma ferramenta de rede social integrada com o Instagram. E agora, será que o passarinho azul ainda pode ser salvo?


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *